A demência é a principal causa de incapacidade e de dependência na população idosa. Embora ainda não haja cura, a detecção precoce permite o início de cuidados que ajudam a preservar a capacidade funcional e a qualidade de vida, tanto para a pessoa com demência quanto para o cuidador familiar. No entanto, “em países ricos apenas ¼ a ½ dos casos são reconhecidos na rede primária. Em países pobres – como no Brasil – a situação é ainda mais séria”. Entre os principais motivos, a Dra. Ferri destacou o estigma da demência, as falsas crenças de que a perda de memória é normal na velhice e que nada pode ser feito. Além disso, os profissionais da saúde não estão preparados para a identificação e os cuidados iniciais.
Para melhorar a identificação da demência e a intervenção na rede primária, a Dra. Ferri descreveu um programa de pesquisa que será iniciado em breve, com parceiros, incluindo o Dr. Jerson Laks, consultor do CEPE e coordenador do Centro para Pessoas com Doença de Alzheimer e outros transtornos mentais na velhice na UFRJ. A pesquisa tem componentes epidemiológicos e experimentais de treinamento dos profissionais e dos cuidadores. Os pesquisadores contam com a colaboração da rede primária, tanto no Rio quanto em São Paulo para realizar esta pesquisa importante e ambiciosa.
Elaboração: Louise Plouffe
Edição: Silvia Costa