Uma série de fatores vem contribuindo para o crescimento da população idosa no mundo, ao mesmo tempo em que se reduz a incidência de doenças infecciosas e aumentam as doenças crônicas, em uma transição epidemiológica relacionada ao envelhecimento acentuado e à diminuição do nascimento de crianças, com expressivas mudanças para a sociedade.
Esse é o contexto do destaque atribuído às demências na atualidade, segundo Jerson Laks, pesquisador, coordenador técnico do Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe) e coordenador do Centro para Alzheimer do Instituto de Psiquiatria (IPUB) da UFRJ. A grande preocupação, explica Jerson Laks, “é que as demências ocupam o primeiro lugar em incapacitação e dependência.”
A apresentação da palestrante Cleusa Ferri foi feita por Laks durante a segunda edição do “Fórum Permanente sobre Demências”, inaugurado pelo Cepe em abril para realização de uma série de eventos bimestrais, organizados com temas relevantes e de grande alcance.
Esta não é a primeira vez da Dra. Cleusa Ferri no Cepe, onde fez palestra em agosto de 2014, também sobre demências. A médica psiquiatra é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, possui mestrado em Psicobiologia (1990) e doutorado em Psiquiatria e Psicologia Médica (1999) pela Universidade Federal de São Paulo e também mestrado em Epidemiologia pela Escola de Higiene e Medicina Tropical da Universidade de Londres - LSHTM (2000/2001). Durante dez anos (2002-2012) trabalhou no departamento de Pesquisas Populacionais e de Serviços de Saúde do Instituto de Psiquiatria no King's College London.
Em sua apresentação do dia 16 de junho, “Como diagnosticar demência na atenção primária?”, Cleusa Ferri discutiu as circunstâncias que cercam as demências, como o estigma, a crença falsa de que a perda de memória faz parte do envelhecimento normal, a lenda de que nada pode ser feito e a dificuldade dos profissionais de saúde para o diagnóstico claro e para a orientação dos cuidados iniciais.
De acordo com a expert, “é muito importante que o diagnóstico seja feito no tempo certo”. E Cleusa Ferri propõe medidas, “assumindo-se que é bom fazer diagnóstico precoce, é preciso criar programas educacionais; treinamento de profissionais de saúde; promoção entre os diversos componentes do sistema de saúde”.
A médica ressaltou a especial relevância do papel dos Agentes Comunitários de Saúde, pela sua capilarização na Atenção Primária à Saúde; pelo fato de integrarem a comunidade aonde atuam e a capacidade de reconhecimento dos problemas locais, entre outros aspectos da qualificação e da prática desses profissionais.
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