As semelhanças e diferenças na Atenção Primária à Saúde dos dois países lançam luzes sobre as discussões que envolvem o Sistema Único de Saúde (SUS), organizado pela estratégia de saúde da família, assim como o National Health Service (NHS), da Inglaterra (em português: Serviço Nacional de Saúde).
O seminário “Reflexões de jovem médico de família brasileiro sobre o sistema de saúde britânico”, promovido por Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR) e Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe), traçou um paralelo entre o SUS e o NHS.
Alexandre Kalache recebe o palestrante Eberhart Portocarrero Gross |
O médico referido no título do seminário, Eberhart Portocarrero Gross, expôs suas reflexões originadas pela visita técnica ao Reino Unido para conhecer o sistema de saúde britânico, baseado na Saúde da Família. Eberhart Portocarrero Gross é médico de família e comunidade da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP)/FIOCRUZ, graduado pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO - 2011).
Realizado no dia 14 de abril, no auditório do Cepe à Av. Padre Leonel Franca, 248, Gávea, o seminário teve moderação de Alexandre Kalache, presidente do ILC-BR e co-presidente da Aliança Global de Centros Internacionais de Longevidade (International Longevity Centres Global Alliance – ILC-GA).
Foram debatedores, o Superintendente de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde, Guilherme Wagner, que tem graduação em Medicina pela Escola de Medicina Souza Marques (2002); foi Médico de Família e Comunidade na Clínica da Família Maria do Socorro S. e Souza, na Rocinha / SMSDC RJ; Médico Preceptor da Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade da Secretaria Municipal de Saúde; e a Coordenadora da área de Saúde do Idoso da Secretaria de Estado de Saúde, Rejane Laeta Galvão de Brito, terapeuta ocupacional com especialização em Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa pela Ensp/Fiocruz e em Psicogeriatria pelo Ipub/UFRJ; atuante no Serviço de Geriatria do Hospital Federal dos Servidores do Estado.
O que se assemelha e o que difere?
No início do século XX, segundo Eberhart Portocarrero Gross, “os primórdios dos serviços de saúde nos dois países, em sua pré-história, eram de natureza privada, filantrópica e previdenciária”. Porém, as diferenças começam nos períodos em que os países viveram as grandes mudanças. Enquanto a Inglaterra funda o NHS no pós-guerra, em direção a um sistema de bem estar social, o Brasil concebe o SUS em 1988, em pleno processo de redemocratização do país.
O médico Eberhart e público participante |
Entre as confluências dos dois sistemas, Eberhart indicou que “eles se caracterizam como gratuitos no ponto de acesso, centrados na atenção primária, orientados pela territorialização, articulados com especialistas focais e baseados em visitas domiciliares.” Sendo que, no NHS, cada General Practitioner é responsável por 1.500 pessoas, “100% de cobertura real”, nas palavras de Eberhart Portocarrero Gross, que acrescentou que a forma como o NHS se constitui “é de grande inspiração para o mundo”. Em sua avaliação, como atributos de prós e contras, o médico Eberhart considera “o acesso, bom; a continuidade, regular; a integralidade, regular e a coordenação, boa”.
O saldo da visita, para Eberhart, mostrou a vantagem de aprender com os acertos (e com os erros) dos outros. Em sua chegada, pedia desculpas, mas “voltou orgulhoso: de como viajar é sempre para dentro”.
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