quarta-feira, 27 de março de 2013

São Paulo se destaca como estado com avanços expressivos em políticas voltadas ao envelhecimento populacional


O seminário “A experiência de São Paulo Amigo do Idoso” trouxe sua iniciativa pioneira para ser conhecida pelo Rio de Janeiro. A preocupação com o aumento da população idosa - que hoje remonta a 11% de todos os habitantes do Estado de São Paulo - mobilizou o governo paulista para a criação do Programa Estado de São Paulo Amigo do Idoso, composto por ações intersecretariais, desenvolvidas em consonância com os quatro pilares propostos pela Organização Mundial da Saúde: proteção, educação, saúde e participação da população idosa.
Foto: Alexandre Kalache, Marília Louvison, Luiz Maurício Plotkowski, Louise Plouffe e Alessander Monaco.
Em realização conjunta do Centro Internacional de Longevidade (ILC-Brazil) e do Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (CEPE), o seminário foi realizado na manhã do dia 26 de março, com exposição da médica e doutora em Saúde Pública Marília Cristina Prado Louvison - pesquisadora do Instituto de Saúde, da Secretaria de Estado de São Paulo - e moderação do médico e gerontólogo Alexandre Kalache – Presidente do ILC-Brazil. A abertura foi realizada pelo médico Luiz Maurício Plotkowski, diretor geral do CEPE.

Para o debate, os organizadores do seminário convidaram o consultor de metodologia e integrante da Comissão Intersecretarial do Programa Estado de São Paulo Amigo do Idoso, Alessander Monaco Ferreira, que também é consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud); e a gerontóloga e doutora em Psicologia, Louise Plouffe, corresponsável pela concepção do projeto da Organização Mundial da Saúde “Age Friendly Cities” (Cidades Amigas dos Idosos) e por sua disseminação internacional e no Canadá - seu país natal-, onde acompanha o programa canadense “Comunidades Amigas dos Idosos”.
Durante o debate, a partir da esquerda: Alexandre Kalache, Marília Louvison, Louise Plouffe e Alessander Monaco.


Marília Louvison afirmou que “A sociedade precisa se organizar para todas as idades e reduzir as desigualdades - e o idoso precisa ser protagonista da sua história!”. A palestrante traçou o panorama que antecedeu o processo de construção do programa Estado de São Paulo Amigo do Idoso, que buscava responder a questões como quais as necessidades dos idosos, se as políticas públicas as atendem e se existem barreiras de acesso. Perguntavam-se, ainda, como preparar uma sociedade muito desigual e como construir políticas públicas para responder às demandas dos cidadãos que envelhecem. Haveria um meio para ampliar o acesso e a qualidade do cuidado com custos sustentáveis para a sociedade? O aspecto favorável é a farta base legal e normativa na área do envelhecimento – “como se fosse suficiente para a observância de políticas públicas”, analisou a pesquisadora.

Segundo a Dra. Louvison, a preocupação é que hoje a população idosa representa 11% da população total do Estado de São Paulo (cerca de 4,6 milhões de pessoas). As projeções mostram que, em 2050, o número de idosos deverá representar 22% da população mundial e, pela primeira vez na história da humanidade, haverá mais idosos do que crianças no planeta. O surgimento de um novo perfil populacional recomenda estratégias integradas para garantir o envelhecimento ativo do idoso.

Para o desenvolvimento do Programa, foi fundado o Comitê Intersecretarial do Estado de São Paulo, responsável pela proposição e implantação da política baseada no conceito de Envelhecimento Ativo, com o enfoque “Amigo do Idoso”. Com a liderança da Secretaria de Desenvolvimento Social, o Comitê Intersecretarial alicerça suas ações sobre os quatro pilares de atuação indicados pela Organização Mundial da Saúde para políticas com o enfoque “Amigo do Idoso”: participação, educação permanente, saúde e segurança. O Programa São Paulo Amigo do Idoso foi formalizado pelo Decreto n.o 58.047, de 15 de maio de 2012, que também instituiu o “Selo Amigo do Idoso”.

Em sua apresentação, Marília Louvison relatou a formação da Rede de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, que inclui Atenção Primária e Hospitais “amigos”, Rede de Referências Geriátricas e Gerontológicas, Rede de cuidados de longa duração, sensibilização e capacitação para serviços e sistemas amigos das pessoas idosas, “Cidades amigas do idoso”. Os princípios observados são a intersetorialidade, o Protocolo de Vancouver para “Cidades amigas do idoso”, estabelecimento de critérios para a emissão do “Selo Amigo do Idoso”, eixos estratégicos para a condução das ações, compromisso de cada município com ações obrigatórias e eletivas como requisitos para a obtenção do selo de adesão ao Programa, respeito ao protagonismo da pessoa idosa.

Ao finalizar, a Dra. Louvison expressou que os ambientes amigáveis podem reduzir o limiar de incapacidades e que políticas não devem ser apartadas e, por isso, amigas de todos.

Página de compartilhamento de experiências sobre o enfoque “Amigo do Idoso”:


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O Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (CEPE) é um projeto da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, gerenciado pelo Instituto Vital Brazil, criada com o objetivo de realizar avaliação interdisciplinar de idosos; promover o envelhecimento saudável e ser um ambiente de debates e formação voltada para a saúde do idoso.

O Centro Internacional de Longevidade (ILC-Brazil) é uma organização parceira do Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (CEPE) e filiada à rede global de International Longevity Centers (ILCs). Atua como um espaço autônomo de ideias, produção do conhecimento, troca de informações, proposição de políticas, mobilização social e relações internacionais sobre os temas da longevidade e do envelhecimento.

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