segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Longevidade e uma cultura do cuidado

A pessoa idosa, no Brasil e no mundo, tem sido o centro de uma mobilização da sociedade para criar estratégias e mecanismos que propiciem o envelhecimento ativo e saudável para um número crescente de idosos. Como o grupo da população que mais aumenta nos dias de hoje é o de pessoas de 80 anos e acima, encontram-se cada vez mais idosos vulneráveis, ainda que tenham tido acesso a práticas de prevenção e de tratamento.
 
O foco no tema “cuidado” surge da preocupação com a pessoa idosa fragilizada por doença ou incapacidade física ou por declínio cognitivo de alguma ordem. Origina-se, ainda, da percepção de que prevenção e tratamento se tornam insuficientes para o quadro de fragilidades identificadas em idosos que caem abaixo do limiar de incapacidade.
 
A necessária mudança de paradigma quanto ao cuidado da pessoa idosa frágil, por meio de discussões profundas e abrangentes, suscitou ação conjunta de organizações comprometidas com o campo do envelhecimento populacional para a realização de dois eventos definitivos sobre o tema. Na liderança da iniciativa, o médico e gerontólogo Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil.

Consonância com a urgência do debate
 
O VIII Fórum da Longevidade Bradesco Seguros, no dia 15 de outubro, em São Paulo, promovido pela Bradesco Seguros, abriu os três dias de trabalho com o tema “Cuidar da Vida Longeva”. A presença internacional de Linda Fried, vice-presidente sênior do Instituto de Medicina da Universidade de Columbia (EUA), lançou as bases da discussão com a conferência “Conferências e Desafios da Longevidade”.
 
Nos dias que se seguiram, o Fórum Internacional WDA (World Demographic Association) - a Associação Demográfica Mundial - nos dias 16 e 17 de outubro, no Rio de Janeiro, aprofundou o debate com apresentações e grupos de discussão sobre o tema "Muito Além de Prevenção e Tratamento: Desenvolvendo uma Cultura do Cuidado" (Beyond Prevention and Treatment - Developing a Culture of Care). O Fórum foi uma iniciativa conjunta de WDA, Bradesco Seguros, Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (CEPE), Universidade do Seguro (UniverSeg) e Centro Internacional de Longevidade (International Longevity Centre Brazil - ILC-BR).
 
Os eventos trouxeram ao Brasil a excelência de experts de diferentes países e continentes, representando diversas disciplinas e culturas, para um debate do mais alto nível no campo do envelhecimento populacional. Os aspectos do cuidado abordados foram da reforma geral da Seguridade Social às necessidades de treinamento de profissionais e modelos de cuidado no mundo (10 países). Entre os temas, o imperativo de adotar-se um enfoque baseado em direitos da pessoa idosa; as abordagens amigáveis ao idoso; desenvolvimento e a população idosa; dimensões do cuidado – de longa permanência, domiciliar, intergeracional, cuidadores, situações de crise; e dimensões éticas do cuidado, foco no fim de vida.
 
Como produto final, o Fórum gerou uma "Declaração do Rio de Janeiro - Muito Além de Prevenção e Tratamento: Desenvolvendo uma Cultura do Cuidado", que está em fase de leitura pelos experts participantes e terá, oportunamente, a versão final disponível neste blog e em sites de organizações parceiras.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Prêmios para textos sobre longevidade estimulam contatos intergeracionais e interesse jornalístico


O convívio com pessoas idosas sempre representa oportunidade para a troca de experiências sobre os mais diferentes aspectos da vida, seja pelo conhecimento acumulado, seja pela emoção do encontro entre diferentes formas de vivenciar o mundo. Em cada geração fervilham histórias prontas para serem contadas. Assim surgiu o Prêmio Longevidade Histórias de Vida, concedido pela Bradesco Seguros há três anos.
 
No caso da produção jornalística, o Prêmio Longevidade de Jornalismo reconhece o papel estratégico da imprensa na difusão de informações sobre o tema da longevidade e sua fundamental propagação das questões implicadas no envelhecimento populacional. Uma sociedade com um número cada vez maior de pessoas idosas demanda uma preparação que só pode ser alcançada pela constante circulação de informações proporcionada pela imprensa. A Bradesco Seguros premia esta crescente participação jornalística na estruturação de uma sociedade mais amigável ao idoso.
 
Terceira edição dos Prêmios Bradesco Seguros de Longevidade
 
Idealizador do Prêmio e participante de sua organização e do quadro de jurados, desde a primeira edição, Alexandre Kalache – presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (International Longevity Centre Brazil – ILC-BR), ex-coordenador de programas de envelhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) e um dos maiores experts internacionais em gerontologia - presta consultoria à iniciativa “Prêmios Longevidade Bradesco Seguros”.
 
Os candidatos aos prêmios apresentam trabalhos que são avaliados por um júri composto por profissionais de jornalismo e de gerontologia, representantes de entidades de classe do setor e de universidades, em estreita ligação com as áreas de imprensa e de marketing da Bradesco Seguros. A avaliação se baseia em critérios rigorosamente observados pelo júri, incluindo requisitos especificamente definidos, aos se atribuem pesos na análise final. A cada edição, a Bradesco Seguros abre inscrições três meses antes da premiação e já teve cerca de 400 participantes nos dois anos anteriores.
 
O Prêmio Longevidade de Jornalismo identifica a importância dos profissionais como formadores de opinião e difusores de conhecimento, buscando estimular a elaboração de trabalhos jornalísticos sobre o tema da longevidade nas categorias: Mídia Impressa (jornais e revistas) e Mídia Eletrônica (TV, rádio e web). Concorreram matérias publicadas no período de 31 de outubro de 2012 a 6 de setembro de 2013.
 
Aberto à participação de maiores de 18 anos de idade, o Prêmio Longevidade Histórias de Vida tem como principal objetivo distinguir histórias e relatos que, pelo exemplo pessoal, contribuam para a disseminação do conceito de longevidade e para a qualidade de vida da população geral e da idosa em particular.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Conferência em Quebec lança Rede Iberoamericana de Cidades Amigas do Idoso - RICA

Um resultado de destaque da 2a Conferência Internacional de Cidades Amigas do Idoso (2nd International Conference on Age-Friendly Cities) foi a criação da RICA - Rede Iberoamericana de Cidades Amigas do Idoso/Rede Iberoamericana de las Ciudades Amigables de las Personas Mayores. A Rede aproximou colaboradores da América Latina e de Portugal presentes à Conferência e abriu suas portas para todos os parceiros lusófonos e hispânicos que desejem participar. O ponto de encontro é um site, onde estão publicadas as apresentações da Conferência feitas por representantes da Costa Rica, Chile, Argentina e México.
 
Os inúmeros experts que foram à cidade de Quebec, no Canadá, para a 2a Conferência, representam uma amostra da rápida expansão das redes de cidades, estados e países engajados no Movimento Global Cidades Amigas do Idoso.
 
A Conferência, realizada de 9 a 11 de setembro, foi promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Governo de Quebec, reunindo mais de 700 participantes, como gestores municipais, profissionais, pesquisadores, tomadores de decisão e pessoas idosas de 46 países. O objetivo era o compartilhamento de conhecimentos e da experiência na construção de ambientes amigáveis aos idosos.
 
O evento mostrou também a evolução da Rede Global da OMS de Cidades e Comunidades Amigas do Idoso, desde a 1a Conferência Internacional, realizada em Dublin, Irlanda, em 2011, quando o foco esteve em implantação e sustentabilidade. Este ano, os temas foram Inovação Social; Interface entre os Ambientes Social e Físico; Avaliação; Aprendizagem ao longo do curso de vida.
 
A iniciativa Cidades Amigas do Idoso foi lançada em 2007 pelo médico e gerontólogo Alexandre Kalache – pai da iniciativa, que na época era diretor do Departamento de Envelhecimento e Curso de Vida da OMS – e pela doutora Louise Plouffe – considerada a mãe da iniciativa e atualmente pesquisadora senior do International Longevity Centre Brazil (ILC-BR). Em suas apresentações, os dois mostraram o estado da arte da construção de comunidades amigas dos idosos no Brasil e internacionalmente.
 
À frente da sessão plenária como keynote speaker, ao abordar o tema da construção de estados e países amigos do idoso, Alexandre Kalache enfatizou que a idade mais avançada é uma referência para se chegar ao fato de que "o que é amigável para idosos é amigável para todas as idades".
 
Louise Plouffe ajudou a conceber o conteúdo da Conferência, como membro do Comitê Científico Internacional, e também apresentou a experiência de Ottawa (sua cidade natal no Canadá), uma localidade piloto da OMS para subsidiar o desenvolvimento de indicadores básicos para as comunidades amigas do idoso.

Elaboração: Louise Plouffe
Colaboração: Silvia Costa

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Mais de vinte experts internacionais discutirão uma cultura do cuidado para o envelhecimento populacional

O Fórum "Muito Além de Prevenção e Tratamento: Desenvolvendo uma Cultura do Cuidado" (Beyond Prevention and Treatment - Developing a Culture of Care) traz para o Rio a excelência de experts representando diversas disciplinas, de diferentes países e continentes, para um debate do mais alto nível no campo do envelhecimento populacional. Como produto final, o Fórum vai produzir uma "Declaração do Rio de Janeiro sobre o Cuidar como Resposta à Revolução da Longevidade".
 
Durante dois dias, 16 e 17 de outubro, das 09:00 às 17:00, o Fórum abordará aspectos do cuidado que vão da reforma geral da Seguridade Social às necessidades de treinamento de profissionais e modelos de cuidado no mundo (10 países). Entre os temas, o imperativo de adotar-se um enfoque baseado em direitos da pessoa idosa; as abordagens amigáveis ao idoso; desenvolvimento e a população idosa; dimensões do cuidado – de longa permanência, domiciliar, integeracional, os cuidadores, épocas de crise; e dimensões éticas do cuidado, foco no fim de vida.
 
O Fórum é uma promoção conjunta da WDA Forum (World Demographic Association) com Bradesco Seguros, Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (CEPE), Universidade do Seguro e Centro Internacional de Longevidade (International Longevity Centre Brazil - ILC-BR).
A iniciativa é destinada a médicos, demógrafos, profissionais outros da área da saúde, gerontólogos, acadêmicos dedicados a esta área, autoridades públicas responsáveis pela elaboração de políticas para o envelhecimento (em nível municipal, estadual e federal), representantes da mídia (leiga e especializada), representantes de associações profissionais (ex. Sociedade Brasileira de Gerontologia e Geriatria, Associação Medica Brasileira, Federação Nacional de Médicos de Família, Centros de Assistência Social etc.).
 
O local de realização é a sede da Bradesco Seguros, à Rua Barão de Itapagipe, 234, Rio Comprido 20.261-005, Rio de Janeiro, RJ. As inscrições podem ser feitas no email ilcbrazil2012@gmail.com, pelo envio de nome completo, profissão, instituição, telefone e email.

PARTICIPANTES

1. Alexandre Kalache (Brasil; ILC-BR; WDA)
2. Ana Amelia Camarano (Brasil; IPEA)
3. Claudia Burlá (Brasil; Ex-Secretária Geral da Associação Internacional de Geriatria e Gerontologia)
4. Dalmer Hoskins (WDA; EUA)
5. Daniel Groisman (Brasil; FIOCRUZ)
6. Denise Eldemire (Universidade das Índias Ocidentais, Jamaica)
7. Emiliana Rivera Meza (Governo Nacional da Costa Rica)
8. Enrique Vega (OPAS) – a confirmar
9. Francoise Forette (ILC-France)
10. Gabrielle Kelly (Governo da Austrália do Sul)
11. Ina Voelcker (Ex-Pesquisadora HelpAge International; ILC-BR; Alemanha)
12. Irene Hoskins (Ex-Presidente, IFA)
13. Isabella Aboderin (Rede Africana para Pesquisa sobre Envelhecimento; WDA; Alemanha)
14. Jane Barratt (Secretária Executiva, IFA; WDA; Canadá)
15. John Beard (OMS; WDA) – a confirmar
16. Jose Ricardo Jauregui (Comitê Latino Americano e Caribe -COMLAT, Argentina)
17. Lia Daichman (Ex-Presidente INPEA; ILC-Argentina)
18. Louise Plouffe (ILC-BR; Canadá)
19. Luis Miguel Gutierrez Robledo (Instituto de Envelhecimento, México)
20. Margaret Gillis (Public Health Agency of Canada) – a confirmar
21. Marília Louvison (Brasil; Escola de Saúde Pública/Universidade de São Paulo)
22. Mayte Sancho (Fundação Matia, Espanha)
23. Monica Ferreira (ILC-South Africa; WDA)
24. Nabil Kronfrol (Universidade Americana de Beirute; WDA; Líbano)
25. Norah Keating (IAGG; Universidade de Alberta, Canadá)
26. Roberto Eugênio Magalhães (Brasil; CEPE)
27. Rosy Pereira (ILC-República Dominicana)
28. Sasha Sidorenko (Ex-Coordenador do Programa do Envelhecimento da Organização das Nações Unidas; WDA, Áustria)
29. Stefan Peter Wild (WDA)
30. Thomas Szucs (WDA)

MAIS INFORMAÇÕES

Este evento assume o papel dos fóruns da WDA (World Demographic Association) iniciados em 2005, repetindo-se todos os anos no final do verão europeu na cidade universitária de St. Gallen, próxima a Zurique. Rapidamente tornaram-se a mais importante referência internacional no que toca aos aspectos demográficos, particularmente envelhecimento, e suas decorrentes implicações para políticas. O objetivo do "WDA Forum" é basicamente realizar um encontro anual de políticos, acadêmicos, organizações da sociedade civil, visando propor políticas e intervenções que promovam o envelhecimento ativo, pela adoção de uma perspectiva que encara o envelhecimento como uma conquista da sociedade e não como um "problema ou fardo".

Os WDA fóruns foram, desde o inicio, financiados por um consórcio de empresas privadas, do Governo Federal Suíço, da Universidade de St. Gallen e organizações intergovernamentais. A forte crise econômica que afeta a Europa levou a um colapso destes recursos obrigando a diretoria do WDA a virtualmente cancelar o Fórum de 2013 (haveria apenas uma reunião em escala muito menor focada em aspectos demográficos da Suíça em alemão e francês, sem a presença dos membros do Conselho Deliberativo (WDA-CD)).

A quebra de continuidade colocaria o WDA sob o risco de perder o momentum gerado pelos oito fóruns anteriores - dai a sugestão a seu Conselho Deliberativo (do qual Alexandre Kalache faz parte), em consulta e concordância com a Bradesco Seguros, de marcar 2013 com um evento do WDA em nível internacional. O Fórum Bradesco da Longevidade em São Paulo (para convidados, no dia 15 de outubro) oferecia já um pano de fundo excelente para, expandindo-o, realizar no Rio de Janeiro, nos dias 16 e 17, o Fórum WDA/Bradesco/CEPE/UNISEG/ILC-Brazil.
 
O WDA tem influenciado substancialmente a agenda político-acadêmica no que se refere aos temas relacionados ao envelhecimento populacional. As propostas de lá emanadas têm tido um impacto extraordinário. O fato de assegurar a realização do WDA Fórum no Brasil este ano representa um privilégio para os brasileiros, particularmente para aqueles, entre nós, preocupados com o envelhecimento populacional.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Envelhecimento e Atenção Primária à Saúde no Reino Unido – paralelos com o Brasil

O Médico de Família pode ser visto como um “condutor de orquestra”, segundo o médico britânico Patrick Hutt, que mostrou como seu país aposta em um sistema público, ancorado na Atenção Primária à Saúde e atento ao envelhecimento populacional.
 
A Inglaterra é um país envelhecido e foi o primeiro a desenvolver um “Sistema Nacional de Saúde” (The National Health Service – NHS), universal e articulado pela Atenção Primária. Com esse pioneirismo, suas práticas e políticas nessa área são experiências de relevância para o Brasil.
 
O Seminário “Atenção Primária à Saúde - mais necessária que nunca face ao envelhecimento populacional - a experiência britânica” foi realizado no dia 3 de setembro, terça-feira, de 09:30 às 12:00, no âmbito da parceria do Centro Internacional de Longevidade (ILC-Brazil) e do Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (CEPE).
 
A exposição do médico britânico Dr. Patrick Hutt teve mediação do médico e gerontólogo, Alexandre Kalache, presidente do ILC-BR, e debate com os convidados, o Superintendente de Atenção Primária, José Carlos Prado Jr., da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil (SMSDC), e a Professora Diana Maul de Carvalho, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
 
À esquerda, o Superintendentde Atenção Primária, José Carlos Prado Jr., da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil (SMSDC), com o convidado, médico britânico Patrick Hutt ao microfone.
 
 
Um mundo em processo de mudança
 
Ao discorrer sobre a Atenção Primária à Saúde como modelo “mais necessário que nunca”, Patrick Hutt tinha como ponto de partida o Relatório de 2008, da Organização Mundial da Saúde (OMS), “2008 – WHO: Primary Care Now More Than Ever”, que recomendava a renovação do nível primário de atenção para que oferecesse melhores respostas aos desafios da Saúde em um mundo em transformação.
 
Um desses desafios é o rápido processo de envelhecimento populacional – fenômeno global expresso nos indicadores demográficos de países desenvolvidos e em desenvolvimento. Diante do “aumento das comorbidades que acompanham a pessoa idosa, as equipes de Saúde da Família levam em consideração as especificidades dos idosos”, diz Patrick Hutt.
 
Em sua apresentação, o Dr. Hutt propôs uma possível síntese da experiência britânica no campo da Saúde: “o NHS foi criado em 1948; desde o início a equipe de saúde da família é a ‘porta de entrada’ do Sistema; consolidou a prática generalista (General Practice); e vem se modernizando ao longo dos últimos 30 anos.”
 
A importância do papel do General Practitioner pode ser observada nos antecedentes do modelo e no destaque atribuído pela típica cultura britânica da “Realeza”, que estabeleceu em 1952 o Colégio de Médicos de Família (College of GPs); ampliou nos anos 60 o treinamento de GPs e em 1972 tornou o Colégio uma instituição Real (Royal College of GPs). Posteriormente foi criado um Departamento Acadêmico de Atenção Primária e, em 2008, foi determinada a obrigatoriedade de exame de seleção para todos os Médicos de Família.
 
Patrick Hutt frisou que há críticas ao NHS e insatisfações inerentes a um sistema que não é perfeito, sujeito a limitações de orçamento. “O sistema precisa fortalecer a Atenção Secundária – o cuidado intermediário; superar o déficit de financiamento e sua concentração em despesas hospitalares; assim como intensificar o treinamento das equipes”.
 
Ao final a exposição, Patrick Hutt anunciou que a próxima Conferência de Saúde Rural, da Organização Mundial de Médicos de Família (World Organization of National Colleges, Academies and Academic Associations of General Practitioners/Family Physicians - WONCA), será no Brasil, em Gramado, no período de 21-25 de maio de 2014.
 
 
Em debate

Entre os pontos abordados pela Professora Diana Maul: “o atendimento da Atenção Primária mais voltado à população de baixa renda; a contenção de custos e a forma como as pressões sociais determinam as práticas de saúde, tendo como exemplo a diminuição do parto normal e a adoção do parto cesáreo como padrão para os nascimentos”.
 
O Superintendente de Atenção Primária, José Carlos Prado Jr., ressaltou que a apresentação de Patrick Hutt mostra que “os países desenvolvidos não discutem mais o modelo de atenção”, fato que pôde constatar em visita técnica ao Canadá, onde a Atenção Primária à Saúde não mais está em discussão – ela funciona.

 

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Envelhecimento abordado na televisão

A convivência com um número crescente de pessoas idosas desperta em cada um de nós a atenção para os fatores que influenciam o aumento da expectativa de vida, as conseqüentes alterações demográficas e o surgimento de especificidades nessa fase da existência.
 
O interesse pelas questões relacionadas ao envelhecimento cria extensa demanda por análise especializada, encaminhada pela mídia a Alexandre Kalache, médico e gerontólogo com experiência internacional na área.
 
Nos meses de agosto e setembro, programas de televisão veicularão temas do envelhecimento com participação de Kalache em diferentes emissoras e formatos.
 
Vale conferir:
 
20 de agosto (terça-feira) 16:00 – TV Brasil - Programa Sem Censura – tema: Envelhecimento e qualidade de vida - as propostas e desafios da ciência nesta área.
 
21 de agosto (quarta-feira) 10:40 – TV Globo - Programa Fátima Bernardes – tema: 10 anos do Estatuto do Idoso.
 
20 de setembro (sexta-feira) 19:00 – TV Cultura – Programa Café Filosófico, com Mírian Goldenberg – tema: Revolução da longevidade

Ainda sem data de exibição: TV Globo - Programa Globo Repórter – tema: velhice/longevidade

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Imunização na vida adulta contribui para um envelhecimento saudável

À medida que a população mundial envelhece - abordar a imunização na perspectiva de curso de vida se revela uma prioridade de saúde pública. A ênfase nessa perspectiva propõe a vacinação em todas as etapas da vida, inclusive na fase adulta, como uma estratégia custo-efetiva para a promoção do envelhecimento saudável.
 
O alerta de experts foi publicado pela Aliança Global para o Envelhecimento (Global Coalition on Aging - GAC) em um conjunto de documentos, incluindo um relatório detalhado, lançados com o objetivo de divulgar esse tópico de extrema importância para o envelhecimento saudável, de modo que a imunização de adultos seja inserida como aspecto central da agenda global de políticas públicas. Alexandre Kalache é um dos co-autores do relatório e dos materiais acessórios em inglês:  “Key talking points”, release e Sumário Executivo. Os “Key talking points” tiveram tradução livre pelo ILC-Brazil (Pontos Chave para discussão), abaixo disponíveis.
 
A Aliança Global para o Envelhecimento é uma organização internacional que estimula novos enfoques sobre as questões do envelhecimento populacional, preocupada com a profunda mudança demográfica em curso nas últimas décadas.

Pontos Chave para discussão
 
èA vacinação de adultos é tão importante para a saúde pública do século XXI quanto a vacinação de crianças. O número de pessoas com mais de 60 anos chegará a um bilhão muito em breve e alcançará dois bilhões no meio do século.
 
èAs organizações internacionais começaram a reconhecer o potencial da vacinação de adultos. As organizações “International Federation on Ageing” e “International Longevity Center” reconheceram a importância da imunização de curso de vida. No momento, as taxas permanecem muito abaixo de níveis desejáveis.
 
èCada vez mais pesquisas mostram os benefícios para a saúde e o custo-efetividade da vacinação de adultos. Um estudo mostra o impacto de doenças transmissíveis prevenidas pela vacinação em comparação ao diagnóstico precoce do câncer através de rastreamento e à cessação do hábito de fumar.
 
èA imunização de adultos pode alavancar o sucesso social e econômico no século XXI. Os gestores de políticas públicas deveriam colocar a imunização ao longo do curso de vida no topo de suas agendas, com seis pontos-chave para políticas:
1. Aumentar a consciência sobre os benefícios da imunização ao longo do curso de vida entre os profissionais da Saúde, empresários, grupos de funcionários, sindicatos e o público em geral.
2. Estabelecer ou intensificar sistemas de vigilância para determinar ou monitorar a carga de doenças de adultos preveníveis por vacinas.
3. Conciliar calendários de vacinação de adultos.
4. Incluir imunização de adultos nos prontuários e criar cadastros de imunização de adultos.
5. Integrar vacinação de adultos nos programas públicos e privados.
6. Incluir a vacinação de adultos nos principais serviços preventivos para adultos.