quinta-feira, 16 de julho de 2015

Muitas perguntas sobre “Trabalho e Longevidade”

É o que faz Márcia Fernandes Tavares há algum tempo em palestras, estudos acadêmicos e no livro lançado em maio passado, “Trabalho e Envelhecimento: como o novo regime demográfico vai mudar a gestão de pessoas e a organização o trabalho”.
 
A doutoranda Márcia Tavares não deixa ninguém sem resposta, como pôde ser visto no Seminário Trabalho e Longevidade, promovido por iniciativa conjunta do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR) e do Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe). A moderação foi de Alexandre Kalache, presidente do ILC-BR e co-presidente da Aliança Global de Centros Internacionais de Longevidade (International Longevity Centres Global Alliance – ILC-GA) – prefaciador do livro e mentor de Márcia na trajetória com os temas do envelhecimento.
 
O panorama traçado por Márcia mostra que “a redução das taxas de fecundidade e o aumento da expectativa de vida contribuem para uma sociedade com um grande número de pessoas em idade de aposentadoria.” Para a palestrante, falar em trabalho e longevidade inclui a noção de envelhecimento ativo, uma vez que este implica em “otimizar oportunidades para saúde, educação, participação e proteção social, segundo definição da Organização Mundial da Saúde, sobre a qual Alexandre Kalache pode falar muito melhor.” A autora ressalta que abordagem do tema também significa levar em conta que o grupo etário de 60 anos e mais está também sujeito a doenças crônicas, discriminação por idade, isolamento, pobreza, entre outros aspectos relacionados a essa fase da vida.
 
Márcia Tavares caracteriza a força de trabalho atual e futura como mais velha em termos de idade cronológica; limitada em disponibilidade e em competências-chave; fisicamente dispersa; disposta a reinventar a vida e o trabalho e diversificada em termos de valores e expectativas ou pretensões em relação ao trabalho. Ao mesmo tempo, o trabalhador é pressionado pela demanda por cuidado aos familiares.
 
“Quanto às empresas, os desafios se situam em quatro esferas: na cultura organizacional, gestão de pessoas, organização do trabalho e gestão do conhecimento”, diz Márcia.
 
A debatedora Rosana Rosa, psicóloga atuante na área gerencial de Desenvolvimento de Pessoas da Bradesco Seguros, relacionou os desafios das empresas às necessidades de reter talentos e qualificar profissionais; promover programas de aposentadoria elaborados juntamente com os trabalhadores interessados; reconhecer as histórias das pessoas atuantes na organização e valorizar a aprendizagem e o intercâmbio.
 
Alexandre Kalache leu a mensagem enviada pela debatedora Ana Amélia Camarano, pesquisadora na Diretoria de Estudos e Políticas Sociais (DISOC)/IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, que não pôde comparecer devido a compromisso profissional. A mensagem consistia em comentários sobre o livro de Márcia, que foram distribuídos ao público participante, por representar “praticamente” um estudo sobre o livro.
 
As inter-relações de “Trabalho e Longevidade” passam a fazer parte do conjunto de expertises do ILC-BR, por meio de Márcia Tavares, sua diretora de Desenvolvimento Institucional.


 
Percurso do livro
 
Lançamento nos dias 19 e 20 de maio, do livro editado pela Qualitymark, em evento na Expo RH-RIO 2015, feira paralela ao Congresso RH-RIO 2015.
 
Palestra no dia 21 de maio, a convite do XLIII Fórum RHDebates, para apresentação do livro e discussão do tema “trabalho e longevidade”.
 
No dia 9 de julho, Márcia Tavares foi expositora no seminário sobre Trabalho e Longevidade, promovido por ILC-BR e Cepe, na Gávea.
 
Em 11 de julho, o programa de rádio 50MaisCBN transmitiu entrevista com Márcia Tavares sobre o tema de seu livro.

Ainda em julho, no dia 13, Márcia participou do I Workshop on Aging, Health and Wellness, promovido pelo Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, abordando a produção de conhecimento como insumo para as políticas públicas.
 
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Márcia Fernandes Tavares é doutoranda em Engenharia de Produção com ênfase em Gestão e Inovação na COPPE/UFRJ, instituição pela qual também obteve seu título de Mestre, com pesquisa sobre o envelhecimento da força de trabalho no Brasil. Atua como professora-tutora na Graduação de Engenharia Industrial da Escola Politécnica da UFRJ. É diretora de Desenvolvimento Institucional do ILC-BR, membro do Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável (LTDS), do núcleo de Design de Serviços e Inovação Social (DESIS Rio) e do Laboratório Trabalho & Formação (LT&F) da COPPE/UFRJ. Tem formação em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial pelo CRIE/COPPE/UFRJ e em Direção de Arte e Redação pela ESPM-Rio. É ainda curadora e organizadora do TEDxUFRJ. Sua atuação está concentrada em pesquisas e projetos relacionados ao envelhecimento humano e tem foco principal em gestão, educação, intergeracionalidade, políticas públicas e tecnologias de informação e comunicação.

Um comentário:

  1. Gosto desta abordagem: "Márcia Tavares caracteriza a força de trabalho atual e futura como mais velha em termos de idade cronológica; limitada em disponibilidade e em competências-chave; fisicamente dispersa; disposta a reinventar a vida e o trabalho e diversificada em termos de valores e expectativas ou pretensões em relação ao trabalho. Ao mesmo tempo, o trabalhador é pressionado pela demanda por cuidado aos familiares."
    Precisamos entender que:
    a) velhice não é doença;
    b) aposentadoria não é profissão;
    c) aposentado não é nome prórpio de pessoas;
    d) aposentadoria é renda resultante de uma economia que fizemos e o Governo ou uma instituição privada geriu;
    e) longevidade exige que permanecemos como cidadãos de direitos.
    Vamos nos reinventar e ocupar nosso lugar.
    A legislação precisa ser inteligente.
    Vamos em frente.

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