segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Mobilidade Urbana e o envelhecimento populacional no Rio de Janeiro

Caminhar pela cidade...
Em momento de esforços para repensar a mobilidade das pessoas pelas cidades, com qualidade nos deslocamentos por seus espaços, coloca-se a oportunidade de discutir o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS) para o município do Rio de Janeiro à luz das demandas da população idosa.

O Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR) esteve presente em iniciativas da Prefeitura do Rio de Janeiro abertas à participação social para o desenvolvimento do PMUS: (1) Encontro “Que mobilidade queremos”, dia 14 de março, promovido pelo ITDP Brasil com o apoio da Prefeitura; (2) Oficina Participativa para o PMUS, em 25 de julho; e (3) Apresentação e discussão do Diagnóstico da Mobilidade no Rio, dia 5 de dezembro. O ano de 2015 marca o prazo final para que os municípios brasileiros com mais de 20.000 habitantes apresentem um plano local, conforme estabelecido pela Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei Nº 12.587, de 3 de Janeiro de 2012).

A potencial oportunidade da Prefeitura para receber demandas da população idosa ficou incompleta, por ter-se limitado ao planejamento da gratuidade no transporte e da acessibilidade aos veículos. Entretanto, o preparo da sociedade vai muito além, posto que "mobilidade urbana" pressupõe também, entre outras questões, as relações humanas e as atitudes de profissionais e usuários, para a superação de conflitos suscitados por estigmas e discriminação.

Quanto às relações no setor de transportes, a qualificação dos profissionais é essencial para que lidem com o envelhecimento da população, devendo estar empoderados para recomendar respeito aos assentos preferenciais e gentileza aos demais passageiros. Devem também garantir o embarque de todos e o cumprimento da legislação sobre a gratuidade, assim como promover uma atitude de tolerância com os beneficiários da Lei.

Na dimensão estrutural dos ônibus, entre outros pontos a serem melhorados, está a instalação de apoio dianteiro nos assentos preferenciais, visando diminuir o risco de acidentes  em caso de freadas bruscas e solavancos, além do ajuste em avisos e informes do interior dos ônibus e das paradas, que usam letras pequenas e textos longos, dificultando a leitura.

SOBRE O PMUS

Na Cidade do Rio de Janeiro, a elaboração do PMUS é conduzida pela Secretaria Municipal de Transportes e pelo laboratório da Prefeitura, o LabRio, que especifica em seu site que a participação da sociedade no PMUS “acontece nos níveis de consulta e envolvimento”, com ferramentas digitais e presenciais.

  • A Oficina Participativa acima citada (25 de Julho) tinha como objetivo o levantamento de problemas pelos participantes, segundo Áreas de Planejamento (AP) da cidade, para sistematização pelas as equipes do LabRio e da Secretaria Municipal de Transportes.
  • No decorrer da reunião deste sábado, dia 5 de dezembro, para “Apresentação e discussão do Diagnóstico da Mobilidade no Rio”, as equipes do LabRio e da Secretaria Municipal de Transportes ressaltaram o caráter estratégico do PMUS, que não incluirá as questões operacionais encaminhadas pela Oficina de 25 de julho e por meio do sistema Mapeando.

Sendo assim, para além da gratuidade e da acessibilidade, o ILC-BR recomenda que o PMUS, em consideração ao envelhecimento humano, proponha políticas de respeito aos direitos de cidadania e à qualidade de vida das pessoas idosas. O crescente envelhecimento populacional é uma conquista que traz o desafio de preparar uma sociedade inclusiva e adequada aos cidadãos idosos, em vista de seus direitos e das singularidades dessa etapa da vida, ademais da tendência de que muitas pessoas venham a experimentar a velhice. O PMUS orientará investimentos durante os próximos 10 anos e seu escopo deve contemplar a transição demográfica que caracteriza o período.

Nenhum comentário:

Postar um comentário