terça-feira, 13 de outubro de 2015

Do envelhecimento ativo às iniciativas amigas das pessoas idosas

Os princípios de envelhecimento ativo estão disponíveis em grande número de países e de continentes. Já inserido na prática de muitos brasileiros – e do mundo –, o conceito de “Envelhecimento Ativo” orienta profissionais e interessados há mais de uma década, o que por si só já recomendava sua revisão e atualização.

O “Envelhecimento Ativo: um marco político em resposta à Revolução da Longevidade”, de 2015, revisita o que ficou conhecido como Marco Político do Envelhecimento Ativo (Active Ageing Framework), publicado em 2002, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As duas edições – 2002 e 2015 - tiveram a liderança de Alexandre Kalache, que à época da primeira edição era diretor do Departamento de Envelhecimento e Curso de Vida, e atualmente co-presidente da Aliança Global de International Longevity Centres (ILCs) e presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR).

Como aplicação prática do Marco Político do Envelhecimento Ativo foi produzido o enfoque “amigo do idoso”, desde sua concepção implantado em comunidades, cidades, bairros, transportes, empresas, comércio, portarias de edifícios, entre muitos outros segmentos da vida em sociedade. São as “Iniciativas Amigas do Idoso”, por que qualquer aspecto da vida humana pode ser amigável à pessoa idosa e a todas as idades. Por um lado, as pessoas vivem mais e chegarão à velhice. Por outro lado, a adaptação da sociedade às especificidades do idoso facilita a todos e precisa fazer parte das políticas públicas.

A primeira aplicação foi registrada na iniciativa “Atenção Primária à Saúde Amiga do Idoso” (Towards Age-friendly Primary Health Care), em 2004. Seguiu-se o “Guia Cidades Amigas do Idoso”, em 2007 – ambos da OMS e coordenados por Alexandre Kalache. Em 2015, há mais de mil localidades membros do Age-friendly World, uma rede global de cidades e comunidades amigas do idoso, da OMS.

Envelhecimento Ativo: um marco político em resposta à Revolução da Longevidade

Para a revisão e atualização do Marco Político do Envelhecimento Ativo, após dez anos de sua existência, em 2012, Alexandre Kalache propôs o desenvolvimento de pesquisa que recebeu fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e apoio do Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe), do Instituto Vital Brazil. O relatório da pesquisa foi elaborado em inglês e português.

Uma versão global da publicação foi lançada no dia 15 de julho, em Nova York, durante a 4ª Reunião do Grupo de Trabalho sobre Envelhecimento (Open-Ended Working Group on Ageing), realizada na Organização das Nações Unidas. O lançamento na ONU teve o apoio dos parceiros internacionais: United Nations Population Fund (UNFPA), the Permanent Mission of Argentina, the Permanent Mission of Canada, the Global Alliance of International Longevity Centres, e, em especial, ILC Canada, AARP, The Global Coalition on Aging e International Federation on Ageing (IFA). 

Com abordagem ampla e foco nos determinantes do envelhecimento ativo, entre as principais tendências contemporâneas, o relatório da pesquisa examina questões como urbanização, globalização, aumento de iniquidades, feminização do envelhecimento, migração, inovação tecnológica, ambiente e mudanças climáticas. A publicação revisita a primeira edição do Marco Político do Envelhecimento Ativo no contexto do desenvolvimento internacional de reconhecimento e fortalecimento dos direitos humanos das pessoas idosas.

A versão em português será lançada no III Fórum Internacional de Longevidade, que acontece nos dias 21 e 22 de outubro, de 09:30 às 17:30, na cidade do Rio de Janeiro. As inscrições já foram encerradas.

O III Fórum Internacional de Longevidade

A terceira edição do Fórum Internacional de Longevidade é organizada pelo ILC-BR, com patrocínio de Bradesco Seguros e Universidade do Seguro (UniverSeg) e apoio institucional do Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (CEPE), vinculado ao Instituto Vital Brazil, da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ); da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e da Fundação de Empreendimentos, Pesquisa e Desenvolvimento Institucional, Científico e Tecnológico do Rio de Janeiro (Femptec). O III Fórum Internacional de Longevidade é realizado em parceria com os apoiadores: Galderma Brasil e Apsen Farmacêutica.

Serão palestrantes mais de 15 países-membro da Aliança Global de Centros Internacionais de Longevidade – um consórcio de organizações voltadas ao envelhecimento populacional, constituído por África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Israel, Japão, Reino Unido, República Dominicana, República Tcheca, Singapura.

Também estarão como palestrantes diversos representantes de organizações intergovernamentais, como Organização Mundial da Saúde (OMS), Fundo de População da Organização das Nações Unidas (UNFPA), Organização Mundial Demográfica (World Demographic Forum on Ageing – WDA), Conselho de Envelhecimento do Fórum Econômico Mundial (WEF Global Agenda Council on Ageing). E de organizações internacionais: Federação Internacional de Envelhecimento, Associação Internacional de Geriatria e Gerontologia, Rede Internacional para a Prevenção de Abuso da Pessoa Idosa. Além do espanhol Instituto Gerontológico Matia.

As instituições brasileiras participantes serão: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Associação Brasileira de Recursos Humanos, Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (IAMSPE), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade da Terceira Idade da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UnATI/UERJ) e Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL).

Fóruns anteriores

Em 2014, o evento reuniu mais de 20 experts e grande público, constituído por pesquisadores, executivos, mídia e outros interessados nacionais e estrangeiros, na sede da Bradesco Seguros, para debates sobre as questões interdisciplinares de gênero e envelhecimento. Os experts internacionais provinham de organizações globais, como UNFPA; OECD; UNECE; WHO; ILO; ILC-Argentina; HelpAge International; da Academia, como University of Surrey, UK; University of Montreal; University of Oxford; Wellness Institute de Adelaide; de associações e setores governamentais (American Gerontological Society; Canadian Parliament; Federal Social Security Department); e instituições brasileiras (Instituto Vital Brazil; Congresso Brasileiro; Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia; IPEA; CBN/Globo; Folha de São Paulo; Fundação Oswaldo Cruz; Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade de Campinas; Universidade de São Paulo).

Em 2013, para discutir a cultura do cuidado, participaram mais de 20 experts de organizações como Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); World Demographic & Ageing Forum (WDA); Governo Nacional da Costa Rica; Governo da Austrália do Sul; International Federation of Ageing (IFA); Organização Panamericana de Saúde (OPAS); Organização Mundial da Saúde (OMS); ILC-Argentina; ILC-República Dominicana; ILC-França; ILC-Líbano; ILC-África do Sul; Instituto de Envelhecimento, México; Fundação Matia, Espanha; Escola de Saúde Pública/Universidade de São Paulo; Universidade das Índias Ocidentais, Jamaica; Universidade Americana de Beirute, Líbano; Universidade de Alberta, Canadá.

Um comentário:

  1. Gostaria de saber como ter acesso à versão em português do "Envelhecimento Ativo: um marco político em resposta à Revolução da Longevidade". Estou utilizando para embasar minha tese de doutorado e tenho a primeira versão, mas gostaria de obter a versão em português também. Obrigada!

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