segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Membro do Parlamento canadense no II Forum Internacional de Longevidade

"Eu nunca tive como objetivo ter uma carreira política. Eu sou médica, mas fui convidada para concorrer ao cargo depois de minha campanha bem sucedida para manter aberto o Hospital da Mulher (em Toronto)". Apesar de não querer uma carreira na política, Carolyn Bennett, tem sido um dos membros eleitos do Parlamento do Canadá desde 1997 e, por três anos, também foi a única  Ministra  de Estado da Saúde Pública. Com uma perspectiva moldada pelo sua trajetoria original, Carolyn ofereceu  idéias positivas e otimistas em relação às mulheres, ao envelhecimento e às políticas de cuidados de saúde, durante o II Fórum Internacional de Longevidade no Rio de Janeiro. Ela vê a política como "a arte de fazer o necessário possível".  Ela mesma uma “Baby Boomer”, Carolyn sabe que esta geração está dizendo em voz alta aos tomadores de decisão o que é necessário: "Os baby boomers costumam agir para conseguir o que eles querem. Eles não vão aceitar passivamente as políticas de cuidados insuficientes ".

Elaboração Louise Plouffe e Silvia Costa

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Resiliência e bem estar ao longo do curso de vida: o que está sendo feito na Austrália

“O bem estar pode ser medido, aprendido e ensinado”. Com essa afirmação, a australiana Gabrielle Kelly ilustrou o tema que iria desenvolver no seminário realizado no dia 21 de outubro pelo Centro Internacional de Longevidade Brasil (International Longevity Centre Brazil - ILC-BR) em parceria com o Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe), vinculado ao Instituto Vital Brazil. O debate com o público foi moderado por Alexandre Kalache, presidente do ILC-BR.
 
Gabrielle apresentou o tema “Bem estar e Resiliência no processo de envelhecimento” após ter participado do II Fórum Internacional de Longevidade realizado no Rio de Janeiro, nos dias 16 e 17 de outubro de 2014. Gabrielle Kelly é diretora inaugural do Centro de Bem Estar e Resiliência, do Instituto de Pesquisa Médica e de Saúde da Austrália do Sul (South Australian Health and Medical Research Institute - SAHMRI). Fundado em maio de 2014, o Centro de Bem Estar e Resiliência faz parte do Tema “Mente e Cérebro”, do SAHMRI, que reúne os mais destacados neurocientistas e psiquiatras do mundo em um único espaço de pesquisa e de tradução de questões relacionadas a depressão, suicídio e ansiedade.
 
Ao indicar a transformação da Austrália do Sul em um "Estado de Bem-estar”, Gabrielle conjuga as reflexões de Martin Seligman sobre resiliência com as idéias sobre a revolução da longevidade e o curso de vida como proposto por Alexandre Kalache. Os dois experts tiveram Gabrielle como mentora durante o programa australiano altamente inovador “Pensadores de Adelaide em Residência” (Adelaide Thinkers in Residence), que analisa melhorias para as cidades no que se refere a planejamento urbano, longevidade, mídia digital, indústria, educação, entre outras áreas, por meio da participação de líderes mundiais em proposição de transformações sistemáticas. Através deste programa, Gabe dirigiu a Residência de Alexandre Kalache sobre a implementação na Austrália do Sul dos princípios do Envelhecimento Ativo e do programa Cidades Amigas do Idoso.  Na Residência seguinte, Gabe convidou o professor Martin Seligman, psicólogo positivo, autor do livro "Flourish", para refletir sobre a construção do bem-estar mental e resiliência humana.
 
A residência de Martin Seligman sobre resiliência e bem estar se baseou no modelo PERMA - sigla dos cinco elementos essenciais do Bem Estar: Positive Emotion, Engagement, Relationships, Meaning and Accomplishment. Alinhado aos estudos sobre o envelhecimento populacional, segundo Gabrielle, Seligman afirma que todos queremos ser felizes... e que somos felizes quando estamos produtivos, quando construímos relacionamentos significativos com aqueles que nos cercam e nos sentimos muito bem! Entretanto, diz Gabrielle, "a felicidade é notoriamente difícil de ser alcançada e quando a sua busca é muito intensa, pode trazer insatisfação". Para Gabrielle, com o modelo PERMA, toma-se consciência do que proporciona bem estar, ao invés de focar apenas na felicidade, passando a ter uma vida mais cheia de sentido e satisfação. Gabrielle Kelly teve papel fundamental como Diretora do Escritório de Relações Externas no Gabinete do Premier da Austrália do Sul e tem experiência como cineasta, diretora de mídia digital, empreendedora social e estrategista.
 
Após Seminário – assinatura de Acordo de Cooperação entre ILC-BR e Instituto Vital Brazil

O Instituto Vital Brazil assinou nesta terça-feira, 21 de outubro, um acordo de cooperação com o International Longevity Centre Brazil (Centro Internacional de Longevidade Brasil - ILC-BR). O Instituto Vital Brazil esteve representado pelo presidente, Antônio Werneck, e pela coordenadora científica do Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe), Monica Kramer. Além da palestrante Gabrielle Kelly, que discutiu a "Resiliência e bem estar ao longo do curso da vida", estiveram presentes o vereador do Rio de Janeiro João Mendes de Jesus e a deputada federal eleita, Cristiane Brasil. Ambos fazem parte de comissões parlamentares a favor da terceira idade.
 
Alexandre Kalache fala sobre o Acordo de Cooperação Técnico-Científica entre o Instituto Vital Brazil (IVB) e o ILC-BR e a diretora do ILC-BR,  Silvia Costa, e o presidente do IVB, Antonio Werneck, assinam o documento
 

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Construção social do gênero: dimensões do envelhecimento de homens e mulheres

A maneira como homens e mulheres envelhecem é determinada predominantemente pelos construtos sociais, além da influência biológica (principalmente hormonal). O impacto da construção social durante todo o curso de vida é cumulativo e de importância singular no processo de envelhecimento dos indivíduos.
 
Por exemplo, diz o médico e gerontólogo Alexandre Kalache, “durante a infância, os meninos são presenteados com bolas e as meninas com bonecas, em franca alusão ao papel de cada um na sociedade”. Se as meninas cuidam de bonecas, futuramente cuidarão de pessoas. Por sua natureza biológica, a mulher consulta o médico ginecologista ao longo da vida, enquanto o homem não busca cuidado médico por iniciativa própria. Outra mensagem vem do mote “homem não chora”, como se homens não sentissem dor, não devessem se queixar, “portanto, não mostrar vulnerabilidade ou preocupar-se com promoção da saúde para diagnóstico precoce de doenças preveníveis”, afirmou Kalache durante o II Fórum Internacional de Longevidade realizado no Rio de Janeiro, nos dias 16 e 17 de outubro de 2014, com o tema “Envelhecimento e Gênero”.
 
O Fórum foi realizado sob a liderança de Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (International Longevity Centre Brazil - ILC-BR), em parceria com a Bradesco Seguros, Universidade Corporativa do Seguro (UniverSeg), Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe), Fórum Mundial Demográfico sobre Envelhecimento (World Demographic Forum on Ageing - WDA) e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
Painel sobre política, trabalho, finanças e seguridade social, começando da esquerda: Carolyn Bennet (Parlamento do Canadá); Shauna Olney (Organização Internacional do Trabalho); Ana Amélia Camarano (IPEA); Dalmer Hoskins (HelpAge International); Mara Luquet (jornalismo especializado em finanças, CBN/GloboNews); Alexandre Kalache (coordenador).
 
Mulheres e homens vivenciam o envelhecimento de formas diferentes
 
A estrutura do evento ofereceu um quadro geral das diferenças de gênero no mundo, a partir da perspectiva acadêmica, em amplo leque de temas, como a maior vulnerabilidade das mulheres diante da pobreza, dependência e incapacidade – características que podem ser relacionadas aos contextos culturais e formatos de Estado.
 
No Fórum a apresentação do grau de feminilidade ou masculinidade investigado em pesquisas multicêntricas, foi além de uma exposição teórica e agitou o público participante com um exercício que apura o quanto de feminino, masculino ou andrógino cada um carrega em si. Conjuntamente, a platéia descobriu e interagiu sobre as composições de homens e mulheres por elementos mistos que constituem preditores de saúde e bem estar, segundo os resultados da pesquisa.
 
A formação de um panorama global sobre gênero e envelhecimento nos sete continentes, foi proporcionada por representantes de organizações dedicadas a análises desses territórios. As perspectivas regionais tiveram coordenação do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e relatos sobre o Brasil (UNICAMP), América do Norte (Sociedade Americana de Gerontologia), Europa (Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa - UNECE), Australásia (Instituto de Pesquisas Médicas e de Saúde da Austrália do Sul), África (Mulheres & Legislação no Sul da África – Moçambique), Oriente Médio (Universidade de Oxford, Reino Unido) e Ásia (Conselho de Serviço Social de Hong Kong).
 
Política, trabalho, finanças, seguridade social, direitos de homens e mulheres em processo de envelhecimento, foram temas abordados em painéis conduzidos por representantes do Parlamento Canadense, Organização Internacional do Trabalho, HelpAge International, Rádio CBN/GloboNews.
 
A consolidação do debate incluiu discussão em grupos sobre as principais questões para a prática e as políticas e foi reportado em sessão plenária.
 
Central no Fórum, o documento resultante do trabalho desenvolvido pelos experts e discutido pelo público participante, a Carta sobre Gênero e Envelhecimento (Gender and Aging Charter) está recebendo ajustes, revisão final e tradução (elaborado originalmente em inglês) para posterior compartilhamento. Várias instituições parceiras e profissionais filiados a movimentos sociais assumiram o compromisso de disseminar para seus interlocutores. Quando a versão final estiver concluída, o ILC publicará em seu site e informará por mala direta e mídias digitais.
 
O fechamento do Fórum, na Conversa de Sofá, se inspirou no espírito otimista do octogenário Zuenir Ventura, jornalista e escritor, colunista do jornal O Globo, que recebeu o Prêmio Jabuti em 1995, na categoria reportagem, pelo livro Cidade Partida. Mas, foi o livro sobre a passagem do tempo que mais ocupou a conversa no sofá entre Zuenir e Alexandre Kalache.  O livro organizado por Arthur Dapieve, “Conversa Sobre o Tempo”, traz diálogos de Zuenir Ventura com Luiz Fernando Veríssimo, ao mesmo tempo profundos e divertidos. Zuenir é o oitavo postulante da cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras, em sucessão ao romancista João Ubaldo Ribeiro, de quem era amigo próximo. Seu livro “1968: o Ano que Não Terminou” foi roteirizado para a minissérie Anos Rebeldes, produzida pela Rede Globo.
 
Nos dois dias de realização, o evento reuniu, entre experts e público, pesquisadores, executivos, mídia e outros interessados nacionais e internacionais na sede da Bradesco Seguros para debates sobre as questões interdisciplinares de gênero e envelhecimento. Os experts internacionais eram originários de organizações internacionais (UNFPA; OECD; UNECE; WHO; ILO; ILC-Argentina; HelpAge International); da academia (University of Surrey, UK; University of Montreal; University of Oxford; Wellness Institute, Adelaide); de associações e setores governamentais (American Gerontological Society; Canadian Parliament; Federal Social Security Department; Instituto Vital Brazil; Congresso Brasileiro; Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia); e instituições brasileiras (IPEA; CBN/Globo; Folha de São Paulo; Fundação Oswaldo Cruz; Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade de Campinas; Universidade de São Paulo).
 
O primeiro Fórum, em 2013, aconteceu no ano passado a partir de uma edição brasileira do Fórum Mundial de Demografia e Envelhecimento (WDA Forum), patrocinado pela Bradesco Seguros e organizado pelo ILC-BR conjuntamente com a Universidade Corporativa do Seguro (UniverSeg), o Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe) e parceiros da academia, governo, organizações da sociedade civil e Nações Unidas.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

A Revolução da Longevidade e os direitos das pessoas idosas

Pela primeira vez no Brasil, a conferência da Sociedade Internacional para a Qualidade do Cuidado de Saúde (International Society for Quality of Healthcare – ISQua), em sua 31ª edição, dedicou uma sessão ao cuidado do idoso, com participação do médico, gerontólogo e presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR), Alexandre Kalache, e de José R. Jauregui, médico geriatra do Hospital Italiano de Buenos Aires e membro da Sociedade Argentina de Gerontologia e Geriatria.
 
O evento aconteceu de 5 a 8 de outubro, com o título “Qualidade e segurança através do cuidado contínuo” e com a missão de “inspirar, promover e apoiar a melhoria contínua da segurança e da qualidade do cuidado de saúde no mundo”.

Kalache apresentou “A revolução da longevidade no Brasil” com base no radical aumento da população idosa no mundo que, entre 1950 e 2050, mostrará um salto de 14 milhões para 395 milhões de pessoas com 80 anos e acima. Especificamente no Brasil, nos próximos 30 anos, “nosso país estará entre os três países de mais rápido envelhecimento no mundo, com uma população de mais de 30 milhões de idosos”, disse Alexandre Kalache.

Como resposta à Revolução da Longevidade, Kalache destacou os direitos das pessoas idosas, a começar pelo direito à saúde, a aprender, trabalhar, à proteção, seguridade social, participação, acesso a serviços, renda básica e, principalmente, o “direito ao cuidado”.

Uma pessoa idosa pode cuidar de outra?

Ao apresentar o tema “Teoria da dupla vítima: o cuidado de casais idosos”, o geriatra argentino José Ricardo Jáuregui discutiu situações de cuidado inapropriado em casais de idosos que vivem sozinhos e um deles é responsável pelo outro. Um tipo de relação comum pode envolver um idoso que mantém suas capacidades funcionais e a outra pessoa idosa em condição frágil. Nesse arranjo, um deles pode chegar a um estado de esgotamento, ou os dois, desencadeando dano involuntário durante o processo de cuidado. Entre os possíveis danos – o abuso.
 
O seminário “Teoria da dupla vítima: o cuidado de casais idosos” foi realizado em parceria do Centro Internacional de Longevidade (ILC-BR) com o Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (CEPE), na tarde do dia 7 de outubro, com moderação de Alexandre Kalache – presidente do ILC-BR - e participação dos debatedores Ina Voelcker – coordenadora de projetos ILC-BR - e Tarso Mosci – geriatra, presidente da seção Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). O expositor, José R. Jauregui MD PhD, é médico da Seção de Geriatria, do Serviço de Clínica Médica do Hospital Italiano de Buenos Aires; membro da Sociedade Argentina de Gerontologia e Geriatria; gerontólogo da Universidade de Buenos Aires. Tem doutorado em medicina pela Universidade de Salamanca, na Espanha. Fundou a Unidade de Pesquisa em Biologia do Envelhecimento do Hospital Italiano e é presidente do Comitê Latino-Americano e do Caribe da International Association of Gerontology and Geriatrics – IAGG.
 
Em sua fala sobre o cuidado inapropriado, Jáuregui analisou que “a superação do estresse e do esgotamento do cuidador evita o cuidado inapropriado, ou maus tratos, e reduz o sofrimento do cuidador sob estresse em razão da cronicidade da situação”. Para o médico argentino, os fatores de risco são a depressão do cuidador, a coabitação, relacionamento ruim anterior à velhice, pouco ou nenhum apoio familiar, inexistência de rede de suporte, doença, carga horária de cuidado inadequada e baixa autoestima do cuidador. “Em geral, o processo de estresse se transforma em violência quando ocorrem transtornos emocionais ou de conduta dos cuidadores”, diz Jáuregui.
 
A principal recomendação de Ricardo Jáuregui para a suspeita de abuso, é que o foco recaia sobre a “família em risco” e não no indivíduo sob risco. Ressaltou ainda a importância de evitar-se uma abordagem baseada na polarização “Vítima x Algoz”; da observação e avaliação do cuidador e da tomada de medidas como a separação/distanciamento dos idosos, além de que só se inicie o processo judicial quando haja certeza de que houve abuso.
 
Tarso Mosci, da SBGG, destacou a pertinência da questão levantada no seminário, assim como a importância do cuidador familiar e do cuidador profissional – trabalhador ainda em processo de reconhecimento da profissão. Trouxe, ainda, sua experiência clínica: “o idoso não quer ser um peso para sua família”. Ina Voelcker citou o caso de seu país natal, a Alemanha, onde 75% dos idosos não querem ser cuidados pelos filhos.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O envelhecimento é um processo individual de impacto geral

Como em um “segundo tempo” de comemoração do Dia Nacional do Idoso, no dia 2 de outubro, o CEPE explorou diversos aspectos das políticas públicas para o envelhecimento populacional.
 
No âmbito federal, foram estabelecidas diretrizes para o cuidado da pessoa idosa no Brasil, que levam em consideração as particularidades desse cuidado com foco nas especificidades do processo de envelhecimento, disse Maria Cristina Lobo, representante da Área Técnica de Saúde da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde.
 
No Estado do Rio de Janeiro, o Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe) é um equipamento público indutor de políticas no campo do envelhecimento populacional, que, segundo a coordenadora geral do Cepe, a médica Thelma Rezende, “se dedica à orientação da Atenção Primária sobre a saúde da pessoa idosa e à qualificação do cuidado por meio de iniciativas de capacitação de profissionais e da sociedade como um todo”.
 
A expertise em políticas públicas foi representada por Ana Amélia Camarano, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que apresentou uma análise do Estatuto do Idoso, de 2003, como “uma única e ampla peça legal que contém muitas das leis e políticas já aprovadas pelo estado brasileiro”. Para Ana Amélia, o Estatuto marca o reconhecimento do direito à velhice, surgindo devido ao não cumprimento de vários dos direitos expressos em outras peças legais, como a Constituição Federal de 1988 e a Política Nacional do Idoso de 1994. Ainda assim, o Estatuto é um instrumento repleto de “avanços com contradições”.
 
A sociedade civil também participou do evento, na seção de debate que reuniu os palestrantes com a presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, Sandra Rabelo, e com Maria da Penha Franco, membro do Conselho, além de manifestações do público presente.

O evento foi organizado por Luiza Machado, supervisora de educação e saúde do Cepe, que já esteve à frente de áreas técnicas de saúde do idoso nos níveis municipal e federal.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Um palhaço terapêutico não atua para ajudar idosos... É ele quem busca a ajuda do idoso


Quando vai ao encontro da pessoa idosa, o palhaço terapêutico sabe que receberá carinho, atenção, sorriso. É ele, palhaço, quem precisa de ajuda.

Essa é a visão do grupo de palhaços terapêuticos do Teatro do Sopro, que se apresentou no primeiro dia de comemoração do Dia Nacional do Idoso no Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (CEPE) – um dia de pura emoção.


Na foto:
Flávia Marco Antonio e Olivier Terreault com Luiza Machado, supervisora de Educação e Saúde do CEPE e organizadora do evento.

A abertura do evento trouxe o pensamento filosófico e espiritual com as análises do Professor José Francisco Pereira Oliveira, que tem entre seus temas de palestras a finitude, características da velhice, cuidado da pessoa idosa e as relações com o processo de envelhecimento. Márli Neves, fonoaudióloga e presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Seção Rio de Janeiro interagiu com o Professor José Francisco e com pessoas do público presente.

Em seguida, a apresentação da “Bela Visita” do casal de palhaços – o canadense Olivier Terreault e a brasileira Flávia Marco Antonio. O trabalho começado por eles no Canadá em Instituições de Longa Permanência para Idosos foi trazido para o Brasil e se baseia no projeto La Belle Visite.  Em animada performance, os profissionais demonstraram como visitam idosos com perda de autonomia, vestidos com “roupas de domingo”, inspiradas em  vedetes de Hollywood  da época e uma abordagem artística e relacional mais próxima da época e dos gostos culturais dos idosos (repertório musical, danças, filmes, roupas, costumes, boas maneiras e cortesia, etc.).

Mais emoções vieram com a apresentação da “Atividade Criativa” conduzida por Boris Garay, designer gráfico, e Patrícia Fernandes, psicóloga, ambos do CEPE, junto aos idosos da Casa de Convivência Maria Haydée, da Prefeitura do Rio.

Beleza dos movimentos, na dança como mecanismo de melhoria da qualidade de vida, apresentada pela Professora Karina Lírio e Grupo de Dança da Casa de Convivência Carmem Miranda, também da Prefeitura.

E a beleza da encenação teatral ficou por conta da “Autoestima sobe ao palco”, com direção de Monique Lafond e Rogério Garcia, elenco composto por Libi Maurey, Vera Bittencourt, Gerson Carlos Augusto, Marly Barroso, Marcos Moraes e Leni Gullo e a tecladista Jane Maurey. A diretora Monique Lafond ressaltou que o elenco trabalha com ela há muito tempo. O esquete final, sobre o ciclo de vida, fez muitos chorarem.