Todos sabemos que o processo de envelhecimento
no Brasil hoje é uma realidade e que ocorreu de maneira abrupta. Até algumas décadas atrás éramos considerados
um país jovem. Na Copa do Mundo de 1970 cantávamos: “90 milhões em ação, prá
frente Brasil....” - éramos um país com 90 milhões de habitantes, possuidor de uma população jovem.
Em 2010, o censo IBGE apresentou uma população
total de mais de 190 milhões de habitantes, sendo que o número de pessoas com
60 anos e mais, passou de 20 milhões. A PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílio) apresentou em 2012 um total de 23 milhões de pessoas com idade igual
ou superior a 60 anos. Segundo projeções, em 2025 o país terá 32 milhões de
idosos e será o 6º país em número de idosos no mundo.
- As pessoas vivem mais devido à melhoria na nutrição, nas condições sanitárias, nos avanços tecnológicos e da medicina, nos cuidados com a saúde, na educação e nas condições econômicas e sociais.
- O envelhecimento apresenta implicações importantes para todos os setores (saúde, previdência, assistência social, educação, etc).
Pensar políticas
públicas que deem ao idoso condições para desfrutar de uma vida com dignidade
Diante destes fatos e frente às matérias sobre questões críticas do
envelhecimento no Brasil publicadas em série pelo jornal O Globo, desde domingo
dia 16 de fevereiro, o Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe) representa
uma resposta às demandas sociais no Estado do Rio de Janeiro. O Cepe, da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), foi criado
em 2012, pelo Instituto Vital Brazil, como um espaço de discussão de temas relacionados
ao envelhecimento, de capacitação de profissionais e cuidadores envolvidos na
atenção ao idoso e de pesquisas que embasem novas propostas para a efetivação
de políticas públicas, principalmente as de saúde. Por meio de debates, cursos
e seminários abertos ao público, de interesse tanto para profissionais, quanto
para os próprios idosos, são abordados temas voltados para a prevenção de agravos
e promoção da saúde para um envelhecimento ativo.
O CEPE tem como proposta de trabalho a elaboração de políticas públicas
que contribuam para a melhoria de qualidade de vida da população idosa. Possui
equipe multiprofissional com formação geriátrica/gerontológica para avaliação
de idosos frágeis, referenciados, que requeiram atendimento biopsicossocial, que
são incluídos em projetos de pesquisa para testagem de novas modalidades de
atendimento. Além disso, há também a parceria com instituições de ensino de
relevância para certificação de diversas propostas – PUC, UFF, UFRJ, FGV, entre
outras.
Formar pessoas para uma melhor visão geriátrica e gerontológica, com o objetivo
de enfrentar precocemente os problemas e agravos relacionados às pessoas idosas,
trabalhando numa perspectiva de sensibilidade e solidariedade para com aqueles
que muito contribuíram para a construção desse país, torna-se com certeza uma
economia para os órgãos públicos, para a família e para o próprio idoso.
Se, por um lado, a longevidade dos indivíduos
decorre do sucesso de conquistas no campo social e da saúde, o envelhecimento,
como um processo, representa novas demandas por serviços, benefícios e atenções
que se constituem em desafios para governos, sociedade e familiares do presente
e do futuro, mas, acima de tudo, este cenário deverá estar marcado por um
horizonte de solidariedade: entre familiares, entre gerações, entre amigos e
entre os próprios idosos.
Com certeza o CEPE busca esse caminho; apesar
de ser uma instituição tão jovem, tem como missão se tornar uma referência na
busca pela formulação de propostas para os mais velhos habitantes desse estado.
Assessora da Direção
Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe)