terça-feira, 2 de julho de 2013

A moradia de pessoas idosas no mundo: quais são as práticas boas?

Os fatores relacionados ao lugar de moradia do idoso variam de acordo com o país pesquisado e com as condições culturais e socioeconômicas das pessoas idosas em cada país. A Aliança Global de Centros Internacionais de Longevidade (International Longevity Centers Global Alliance) publicou o documento resultante do texto de discussão (discussion paper) sobre a moradia dos idosos em 10 países, coordenado por Monica Ferreira, co-presidenta da Aliança Global. O relatório é baseado em análises de políticas públicas e boas práticas pesquisadas por dez International Longevity Centers (ILCs); todos acessíveis no site da Aliança Global.
 
A produção de discussion papers é uma iniciativa sistemática dos ILCs, constituídos como Think Tanks – “órgãos pensantes” que promovem o debate e propõem o tipo de política necessária para a área de envelhecimento. A difusão dos achados pela Aliança Global em seu site (e-dialogue) visa garantir o debate e agregar contribuições a serem incorporadas ao documento.
 
O texto sobre moradia foi gerado por pesquisa realizada em seis países mais desenvolvidos e quatro países menos desenvolvidos e abrangeu dois tipos de moradia: (1) moradia geral que abrange domicílios comuns, próprios e alugados por pessoas idosas e (2) moradia especial em asilos, casas de repouso e outros.
 
Em todos os países, mais de 80 por cento da população idosa moram em domicílios comuns. No Brasil, a maioria dos idosos mora em domicílios comuns com membros da família. Em comparação a outros países, há uma parte menor de pessoas morando sozinhas e a maioria vive em casas, seguida de 9,2 por cento em apartamentos. Menos de um por cento dos idosos brasileiros vivem em instituições. Isso é em parte influenciado pela preferência dos idosos a permanecer nas suas casas, mas também pelo baixo número de instituições.
 
Um mercado crescente na área de adaptação de casas é um dos resultados da tendência de permanecer na própria casa. Enquanto alguns países relataram tecnologias de informática que previnem a perda da autonomia, outros falaram sobre a acessibilidade física, por exemplo, em termos de portas mais largas. O relatório ressalta ainda o largo potencial para o crescimento nessa área.
 
Outro achado mostra que, em todos os países, faltam opções de moradias especiais para idosos de baixa renda. Em muitos países essas moradias são um luxo e assim inacessível para a maioria dos idosos. Vale mencionar, talvez como uma exceção, que o Estado de São Paulo se comprometeu a construir sete por cento das casas de acordo com as regras do desenho universal e tem o Programa Vila Dignidade, instituído pelo Decreto n.o 54.285, de abril de 2009, para oferecer atendimento aos idosos de baixa renda.
 
O relatório conclui que não há uma solução perfeita para a moradia de idosos. As soluções variam de acordo com as necessidades culturais e socioeconômicas de pessoas idosas em cada país. Para entender melhor quais são as possíveis soluções em contextos diferentes, a Aliança Global convida ao compartilhamento de bons exemplos e experiências no desenvolvimento de soluções que garantam uma moradia fisicamente e financialmente acessível: http://blog.ilcuk.org.uk/2013/05/22/housing-for-older-people-globally-what-are-the-best-practices-an-ilc-global-alliance-e-dialogue/

Elaboração de Ina Voelcker em colaboração com Louise Plouffe e Silvia Costa

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